terça-feira, 19 de abril de 2011

Auguste Renoir e Narcisse Diaz


Auguste Renoir, mulher
Renoir, bailarina


RENOIR E DIAZ

Renoir admirava muito o pintor Diaz (Narcisse Diaz de la Pena), da chamada Escola de Fontainebleau ou Barbizon, conta o filho Jean Renoir, na biografia.

Narcisse Diaz, duas paisagens


Um dia, muito jovem ainda, vai encontrá-lo em circunstâncias originais...

"Estava Renoir a pintar, num parque fora de Paris (Fontainebleau), quando chega um grupo de foliões, “pategos” do domingo, mas vestidos à última moda, mais as namoradas e começam a implicar com ele."


Ridicularizaram a blusa de algodão que Auguste Renoir usava, desde os seus tempos de operário pintor de cerâmica, para pintar.

Empurraram-no, deitaram-lhe a paleta e os pincéis ao chão enquanto se riam dele.
Ao defender-se do grupo, Renoir cai, e, com ele, a tela que pintava.

Auguste Renoir, o camarote


Subitamente, de entre o espesso arvoredo, surge uma figura imponente, um homem com uma perna de pau e um bastão na mão. Traz debaixo do braço um rolo de telas.
Era Diaz.

Narcisse Diaz, figuras


Ajuda-o na luta desigual, até fazer fugir os engraçados janotas.

Quando apanha do chão a tela que Renoir estava a pintar, espanta-se com o que vê:

“Tens talento! Mas por que pintas com cores tão negras?

Renoir explica o seu amor aos velhos mestres. Renoir estudara na Ecole des Beaux Arts.

“Mas olha à tua volta! Até as folhas mais escuras desta árvore tem o seu brilho!”, responde Diaz.

E convida-o para ir ter com ele a Paris.

Monet e Renoir passam, mais tarde, longas temporadas em Fontainebleau.

Conta Renoir, a brincar: "um dia, quando se nos acabou a tinta negra, criámos o impressionismo..."

Quem era o pintor Diaz? Narcisse Virgilio Díaz de la Peña foi um pintor francês – nascido em Bordeaux- filho de pais espanhóis que nasceu em 25 de Agosto de 1807 e morreu em 18 de Novembro de 1876.

Diaz, muito mais velho do que Renoir (36 anos mais velho!), pintor experiente, deu-lhe alguns conselhos.

Muitas vezes, também, nos momentos mais difíceis, ajudou-o financeiramente.

Era um dos “pintores de Barbizon”, nome da terra onde esse grupo de pintores se reuniu.

A chamada "Escola de Barbizon" ou de Fontainebleau, porque ficava perto da floresta de Fontainebleau, foi um movimento artístico (de 1830 a 1870), de reacção contra o Romantismo.

Criado por um conjunto de pintores franceses que se estabeleceram próximo do povoado de Barbizon, nas cercanias do bosque de Fontainebleau, abandonando Paris, numa atitude de oposição ao sistema da pintura vigente.


Integram-se no Realismo pictórico francês, e os mais famosos foram, além de Diaz de que falei, Jean-Baptiste Camille Corot (o que Renoir mais amava), Jean-François Millet e Théodore Rousseau.

Camille Corot, "ponte em Mantes"

Jean-François Millet, céu de trovoada

Théodore Rousseau, pôr do sol (não confundir com Henri Rousseau, o naïf "douanier" Rousseau)


Reagiam ao formalismo do Romantismo de um Delacroix, por exemplo.

Foram influenciados por John Constable, grande paisagista inglês.

De facto, em 1824, o Salão de Paris expõe alguns quadros de Constable: cenas rurais onde o pintor se afasta dos cânones da pintura romântica, buscando a inspiração directamente na natureza, sem a participação de outras “figuras”.


4 comentários:

  1. Ofertou-nos mais uma postagem belíssima. Esta incursão pelos pintores e a sua história está a encantar-me.
    Bjs, MJ Falcão!

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  2. Foi bom passar por aqui, estava com saudade.

    coz. 7 bjs

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  3. Cara amiga, deixo uma tradução que espero que goste.

    http://cozinhadosvurdons.blogspot.com/2011/04/kalinka-o-nome-e-receita.html

    bjs - 5 e o meu, da coz. nº 7

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  4. Comecei pelo último. Mas continuo a dizer ADOREI!!!

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