sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Uma pintora entre os surrealistas: Leonora Carrigton

Leonora Carrington, pintora e romancista britânica, nasceu em 6 de Abril de 1917 numa pequena cidade do Lancashire no Norte da Inglaterra, chamada Chorley. Chorley









O pai era de ascendência anglo-irlandesa e a mãe, irlandesa.

Viviam bem. Tiveram várias casas senhoriais, primeiro viveram em Westwood, depois na mansão de Crookhey Hall, que ela imagina como um local tocado pela magia e mistério.

Mais tarde, mudam para Hazel Wood.



Ficavam todas no meio da floresta, como num conto de fadas. A esse imaginário acrescenta-se a nurse irlandesa que lhe contava contos e lendas, muitas em gaélico.
Nos bosques, havia cavalos e liberdade.
Naqueles sítios, passou Leonora a sua infância e desenvolveu a fantasia.


Leonora Carrington, "peixe vestido"


Visitava frequentemente a avó na Irlanda, foi onde descobriu as suas raízes celtas que ainda mais lhe alimentaram o espírito imaginativo.


Um dia decidiu que queria ser artista, criando um desentendimento com o pai que admitia que ela fosse tudo, menos artista!


Leonora era, porém, um carácter forte e sentia que não fora feita para viver uma vida de sociedade. Convence a mãe a deixá-la ir para Itália estudar arte.


Vai para Florença onde frequenta um curso de pintura na Academy of Arte de Mrs. Penrose, colégio para jovens inglesas.


Florença foi uma experiência indelével que marcou Leonora na forma de aprender a pintura.
Ao voltar de Itália, segue para Londres.



Primeiro, estuda na Chelsea School of Arts e depois na Academy of Amédée Ozenfant.
quadro do pintor cubista Amédée Ozenfant



Um dia oferecem-lhe um livro de Herbert Read sobre o surrealismo (Herbert Read Surrealism, 1936), com uma ilustração de Max Ernst. Foi assim que descobriu o surrealismo.
o quadro de Max Ernst, "deux enfants et un nightingale", que impressionou Leonora


Em Londres, em 1936, encontra M. Ernst na International Surrealist Exhibition e é-lhe apresentada. Em 1937, volta a encontrá-lo, numa viagem que fez Paris.




quadro de Max Ernst



Frequentam um grupo de intelectuais com os mesmos interesses e que pertenciam a um tipo de pessoas que podiam entender a pintura que Leonora fazia.



Leonora Carrington



Vão viver juntos para Saint-Martin-d'Ardèche. Além de Ernst, encontrou outros surrealistas como Tanguy, Breton, Arp e tantos outros.


Juntavam-se por vezes com André Breton, no Café des Deux Magots. Ali conheceu Picasso, Dali e outros que entraram para o mesmo grupo.
Max Ernst the bride of the wind


Ele chamava-lhe a sua "noiva do vento". Ele era o Loplop, um bicho estranho que era o seu alter-ego.
Leonora no seu trabalho debruça-se sobre o que sempre a encantara: o mágico, o místico e o misterioso.


Dali disse dela: “ a mais importante mulher artista”.


Mas este período idílico não vai durar. Ernst era judeu e acabou por ser preso. Leonora teve um colapso nervoso. Ela própria tem de fugir. Deixa para trás tudo o que pintara ou esculpira.


Mais tarde, Ernst consegue fugir e exila-se nos Estados Unidos.
Não voltam a encontrar-se.


Leonora consegue chegar aos Pirinéus com alguns amigos, mas tem novo colapso nervoso e vai parar a um hospital psiquiátrico, experiência horrenda na sua vida e que a leva a escrever dois livros: “Down Bellow” e “The Stone Door”.

Que falam do medo.

Vai viver para o México. É considerada como uma importante pintora, um dos pilares do surrealismo. Teve exposições em Nova Iorque, Cidade do México, San Francisco, Paris, Londres, Munique e Tóquio.



Os seus livros estão traduzidos em mais de 6 línguas.




Lutou - e venceu- uma batalha até ser considerada "como um indivíduo, como uma mulher e como artista", dizia ela.



Morreu no México em 25 de Maio de 2011.






Alguns títulos de livros:



The House of Fear - Ilustrado por Max Ernst
The Oval Lady- com ilustrações de Pablo Weisz-Carrington, seu filho








3 comentários:

  1. Gosto muito da pintura dela. Aliás adoro o surrealismo.
    Bjs. :)

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  2. Obrigada pelos ensinamentos, não a conhecíamos, ela é linda e deve te sofrido muito, como todo grande artista e a sua gigantesca sensibilidade.

    5 grandes bjs

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