terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Conversando e aprendendo... Do Snoopy ao lobo de "Nu, Pogodi!"

Quando se anda por fora, encontram-se muitas coisas novas...
Ao falar dos "peanuts", do encantador Snoopy, da Lucy e de todos eles...veio na conversa uma banda desenhada muito famosa - os desenhos animados russos.
E assim descobri o maravilhoso personagem do lobo mau, "volk", e da lebre, "saietz"...
E desta frase "nu, saietz, pogodi" (leia-se "pagadi")...
Era o que o lobo dizia para a lebre quando ela se escapava e o deixava no meio dos problemas... "Ai, lebre, vais pagar!"

http://www.macamp.com.br/variedades/Snoopy.htm

domingo, 29 de janeiro de 2012

Passeando, passeando...por terras onde "time is money"!


Por aqui vou andando, com os olhos cheios de coisas novas. Espantada com tantos relogios! De todos os tipos, de todas as datas, de todos os modelos, da loja de antiguidades, pela City Hall de Guildford, pelo castelo... clocks, clocks, clocks! Pois "time is money", claro...

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

The Stranglers - "Golden Brown", agora com imagens...

Guildford e The Stranglers - Golden Brown (lyrics)



Os Stranglers com uma quantidade de singles e albuns, em cerca de 50 anos conseguem ser um dos grupos que mais "resistiram", tendo tido sempre sucesso. Surgem nos Uk na cena dos "punks" de meados dos anos 70. 
Aparecem pela primeira vez em Guildford (no Surrey) em 11 de Setembro de 1974, com uma certa agressividade na atitude, foram identificados com o punk rock que se seguiu. Experimentam variados tipos musicais desde a new wave, ao art rock e ao gotic rock.

Hoje 26 de janeiro de 2012 faz 30 anos que aqui estiveram. Voltam em March. Todos os antigos fans os esperam. 

Tenho pena de ir embora antes...


Hello! Rita Hayworth - "Moon River"

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

AGATHA, FOREVER !

O ouricinho antecipou-se desta vez...

Agatha Christie para sempre!

Ando a ler – deliciada, devo dizer- a “Autobiografia”  de Agatha Christie que uma grande amiga e como eu fan de  Agatha, me ofereceu. O livro foi editado pela ASA, no ano passado, em boa hora.

Havia uma edição antiga (Edição Livros do Brasil, Colecção Dois Mundos, 1977) hoje  difícil de encontrar.

Li uma Biografia dela, muito nteressante e completíssima - "Agatha Christie, An English Mistery"-  de Laura Thompson, saída em 2007, que falava desta autobiografia.
Li também, et pour cause! -eu adoro esta escritora- , os “Cadernos” de Agatha, e sempre pensei que estáav ali uma mulher especial.

Pela força? Claro. Pela escritora que é? Sim. Pelo humor? Decerto!
Mas também pela imaginação (criadora sempre, nova, "dela"), pela inteligência que revela ao longo das muitas páginas (o livro tem 695 páginas).

Os "apontamentos" dos Cadernos responderam a certas perguntas que me punha: como fazia ela? Como imaginava? Como "preparava" os mistérios? Como decidia quem era o culpado? Onde “imaginava”? Como se conduzia?
Nos Cadernos encontrei respostas práticas.

Uma das coisas que me divertiu foi ela contar que, por vezes, uma personagem inicialmente destinada a vítima, acabava ...assassina!

Aqui reencontro a personalidade dela, desde menina. Uma personalidade humaníssima e complexa, que nos "acompanha" como uma amiga". Foi o que disse a minha amiga ao dar-me o livro: "Vai ver, ela é uma amiga! Sente-se a companhia!"

Tem razão a A.Luísa...

Torquay, a casa de Ealing. A maravilhosa infância de Agatha. A pequena Agatha a ver, ouvir, observar, a tentar compreender o mundo que a rodeia. Com  grande curiosidade, espírito crítico precoce, timidez...
Sobretudo a sua infindável imaginação! Os amigos e os brinquedos. Os brinquedos inventados que se revelam os melhores amigos.

esta sou eu, no "Hotel Pera Palace", em Istambul, onde fui "procurar Agatha e o seu quarto...

A menina que brinca sem brinquedos porque  a sua imaginação é tão grande que os faz aparecer, ou desaparecer, vibrar com ela, viver com ela. Agatha, a sonhadora.

... Tree, um dos primeiros seres que inventa, uma árvore! da família da Mrs. Green. Por quê “árvore”? Agatha revelará mais a diante que adora as árvores. 
Preferia as brincadeiras “inventadas por ela, com seres imaginários: os gatinhos Mrs Benson (viúva do capitão Benson), e os filhos Trevo, Pretinho e três outros que não nomeia.
Era a “saga dos ratinhos” e as coisas que lhes aconteciam eram sempre dramáticas. Falava com eles, sozinha: eles existiam só na sua cabeça.

Depois veio a família de Mrs Green. “não eram bem crianças, nem bem cães, eram criaturas indeterminadas, entre uma coisa e outra. Mrs. Green tinha cem filhos (que prodigiosa imaginação!), mas os mais importantes eram Árvore, Esquilo e Caniche".

Os medos da infância. O pesadelo com o homem armado, o "atirador", que lhe aparecia no meio dos sonhos mais tranquilos. 
Não era a arma que lhe metia medo mas sim a sensação de “haver algo errado: porque ele não devia estar ali!” 
Perseguia-a escondendo-se por vezes detrás dos traços da mãe que ela adorava, ou dos irmãos, quando estava a almoçar, ou a passsear.
Como se detrás de cada um de nós –mesmo dos seres amados, íntimos, bem conhecidos, por mais íntimos que fossem,se  pudesse esconder  “the gunman”: o perigo.
Quantas vezes nos seus livros falará disso. Nunca conhecemos verdadeiramente ninguém. Em cada ser há um desconhecido. Um dia podemos ser “surpreendidos” pelo tal homem armado, alguém que julgávamos conhecer tão bem!
Os desafios da infância. O desafio ao medo mesmo quando: “ A ideia de que corríamos algum perigo não nos passava pela cabeça.” (pág.93)
Renoir, "crianças à tarde", 1884

Um dia, criança, no Hotel do Sul de França onde passavam férias, Agatha, a irmã e uma amiga, rebeldes em busca de sarilhos vêem-se fechadas numa despensa. Pensam logo fugir pela janelinha onde, por baixo, corre um parapeito saliente pelo qual se podia chegar aos quartos. E lá vão elas, sem olhar para a rua (teriam recuado com medo se olhassem?, pergunta-se ela). A mãe é avisada por uma senhora que as vê e lhe manda  um bilhetinho, pela criada. 
Quando entram pela janela de um dos quartos, está alguém à espera delas. São castigadas :”Já para a cama!”
Renoir, "menina de azul"

Um dia também uma amiga da minha mãe, que morava ao fim da nossa rua,  “avisou-a” de que eu estava empoleirada no parapeito da janela da sala, em equilíbrio, num número de circo.
Sei que não era a primeira vez e ainda hoje pergunto a mim mesma como conseguia eu trepar para o parapeito da janela.
Com certeza fui castigada como a Agatha.

 Mas sentia esse mesmo desejo de um certo perigo. O medo que arrastamos connosco e que queremos defrontar seja de que modo for.

Desejo, necessidade do perigo? De nos vermos confrontados com qualquer que está para além de nós, do que nós conhecemos? 
Terão os seres humanos necessidade de uma certa dose de perigo na vida?”, pergunta ela. (...) Teremos, instintivamente, necessidade de algo para combater, para ultrapassar – para, por assim dizer, provarmos os o nosso valor a nós próprios?”

É possível. Penso que tem razão, é isso: mostrarmos a nossa coragem, o nosso valor a nós próprios. Para sabermos do que somos capazes...

Até nisso gosto dela! A eterna Agatha!

Outro dos grandes da fotografia: Léo Ferré canta "La Mer"

óleo de Lita Falcão: o mar...

Outro grande! Jacques Brel - "Dans Le Port d'Amsterdam"



Fotografia fantástica: agora os outros dois grandes: Brassens e Léo Ferré

Uma das canções de Brel, entre as minhas preferidas e do ratinho...
"Dans le port d'Amsterdam acontece tudo", diz ele, entusiasmado!

E cantamos, gritando e desafinando um pouco os dois: La la la, la la la...


 O ouricinho olha para nós, crítico...

Música fancesa: um grande! Georges Brassens: "Je me suis fait tout petit..."



Lembro-me de ouvir esta canção vezes sem fim: sabia a letra de cor. Ainda a sei...
Personagem fantástica, vida difícil e no entanto tão simples, no seu cantinho de Paris, com o pátio interior, os amigos, os gatos, as vizinhas que o protegiam...

"J' avais des dents de loup
 je les ai changées
 pour des quenottes..."

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Não esquecer nunca! Holocausto, ratinhos (a BD Maus), "Meta Maus" e Art Spiegelman





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O Holocausto e “Maus” e “Meta Maus”, de Art Spiegelman


Art Spiegelman quem não o conhece? Se calhar, pouca gente no fundo...
Nasceu em Estocolmo em 1948, filho de judeus polacos sobreviventes de Auschwitz.

Artista nova-iorquino, ilustrador durante anos da revista  “New Yorker”. Em 1977 escreve “Breakdowns” e funda, com a mulher, uma revista, RAW.

Publicada pela primeira vez  há cerca de 25 anos, foi logo considerada uma obra obra-prima artística

Com os seus ratinhos expressivos no susto e na tragédia, o seu desenho de grande sensibilidade e expressão. como personagens perseguidos. E ao mesmo tempo “memorial”. 

Romance gráfico comovente e chocante, fala da destruição dos Judeus europeus.

De facto,”Maus” (rato) é o nome que ele reserva para os judeus perseguidos. Os “gatos” são os alemães, os "porcos" são os polacos e os ingleses aparecem como "peixes" (do "clássico fish and ships). 
Segundo Art, "os ratos simbolizam a desumanização inerente ao processo de exterminação".

É no fundo a biografia do pai dele, Vladek Spiegelman, um judeu polaco sobrevivente do Holocausto.
Leva anos a tomar apontamentos do que o pai lhe vai contando. A construir “o coração do inferno da história” como ele diz. 

Alterna entre descrições da vida de Vladek na Polónia antes e depois da Segunda Guerra e, anos mais tarde, na América, em Rego Park, arredores de New York.

De 1980 a 1991 as aventuras de "Maus" são publicadas em folhetins na revista Raw, que criara.

Em 1992 recebe o Pulitzer Price especial, por esta sua BD.

No dia 18 de Janeiro - amanhã- em França, sai a tradução de "Meta Maus” (Editions Flammarion), livro-tese sobre esse trabalho de uma vida ("para além de "Maus"?), com desenhos, gravações, incluindo mesmo um DVD. 


Com fotos pessoais, filmes, entrevistas com sobreviventes dos campos, desenhos feitos por prisioneiros, uma série de posters anti-semitas, etc.


Este ano Spielgman vai ser o Presidente do prestigioso Festival de Banda de Desenhada de Angoulême.
Em Abril estará patente no "Centre Beaubourg"(hoje, Centre Pompidou)uma exposição dos seus desenhos.

O Ratinho Poeta ficou muito sensibilizado com esta história dos ratinhos nos campos de concentração. 
Ouviu-a com toda a atenção ao lado dos amigos. Um pouco assustados. Tristes.


É verdade, o ouricinho Dany tem afinal dois irmãos gémeos: um já apareceu e chama-se Ben (à direita, na foto) e um outro vive em Castelo Branco e chama-se Sym. Quem diria?
Eles  gostavam de ir ver a Exposição a Paris.  Já expliquei que há a crise...