sábado, 6 de outubro de 2012

Nosferatu, de Murnau a Herzog, o insatisfeito...




É um vampiro, o Nosferatu de Murnau, e de Herzog?

Para mim é só um eterno insatisfeito, prisioneiro de um corpo que não quer morrer...

Sede da beleza? Da juventude? Outro Fausto? E vem, na sombra da noite, procurar a beleza e a juventude que lhe fogem.

Isabelle Adjani, a "Bela", a "Vítima" escolhida

Recordo a imagem que me ficou sempre nos olhos: a do Nosferatu-Klaus Kinski. De Werner Herzog.

De mãos pousadas no corpo da mulher - que se vai sacrificar para salvar a cidade da peste, e o seu amor-  com os dedos de longas unhas, bem abertos, o seu rosto é o de um menino sofredor. 

Um menino que apoia na pele dela os lábios, suavemente, chupando o sangue – a vida, a seiva e, com ela, a alma... Como  a criança mama no seio da mãe.

Klaus Kinski e Isabelle Adjani, o Nosferatu de Herzog


Era-lhe natural, e fazia-o do mesmo modo inocente.
o Nosferatu, de Murnau

Talvez seja uma característica do humano...
F.W.Murnau




F.W. Murnau (1888-1931) e o "clássico"  “Nosferatu, o Vampiro", (ou "Nosferatu e a Sinfonia dos Horrores"), 1922

Werner Herzog (1942), “Nosferatu, o Fantasma da Noite”, 1979


3 comentários:

  1. O teu relato pôs-me carne de galinha!
    Inocente sonhador o Drácula de Stoker e todos os outros? Menino insatisfeito e inocente como um
    bébé mamando??
    Uma característica do humano? Não me assustes!
    Outro Fausto não, sabes bem que era outra coisa, tanto assim que afinal o herói de Goethe vai ao céu quando morre ( porque esse morre e tudo!)....
    Beijinhos trémulos, que se me apagou a luz
    AI !!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O problema é que há - no humano - muito de vampiro... e não só aqueles de que fala Zeca Afonso...
      E aparecem como inocentes criaturas, a mamar na mãe...

      Eliminar
  2. Hahaha! Rio-me porque não é bem assim, claro, e não tenhas medo do escuro porque eles vivem noutro mundo! (esperemos...) Mas era um pouco assim também, não era?
    Beijinhos

    ResponderEliminar