terça-feira, 26 de novembro de 2013

Histórias de uma cidade: Portalegre e os primeiros transportes...

Saiu há pouco, em Portalegre, um livro que fala de um aspecto da minha cidade: os transportes, a camionagem desde a sua origem nos inícios do século XX.



E fala também da história de uma família  a eles ligada: a família Murta. 


Intitula-se: A Empresa de Viação Murta”, e foi publicado pela Chiado Editora. O autor é Luís Miguel Murta Gomes que é bisneto do fundador da Empresa - o que dá um côté afectivo ao texto, quando se refere à família, mas que se revela cuidadoso e bem informado sobre os factos.

Portalegre-Central da camionagem Murta, 1931


No Prefácio lê-se: “A história de uma cidade é feita pelas gerações que nela vivem e labutaram. Este livro revela-nos uma Família empreendedora que, ao longo de décadas, foi uma referência na vida citadina contribuindo para quebrar o isolamento de Portalegre.”


contra-capa do livro

É de facto o recurso aos transportes de viação, inicialmente  "com a tracção animal, os coches (sentido vulgar de carruagem puxada a cavalos) que foram os primeiros veículos a efectuar transportes de passageiros de mercadorias." 

meninas em frente da camioneta

Seguindo a evolução e o progresso, a empresa vai durar de 1910 a 1970.

Principiou tudo em Alter do Chão, porque Luiz Murta ali vivia. A "aventura" incluía já o serviço de “mala-posta”. 
Alter do Chão, distrito de Portalegre

Em 1915, a família muda-se para Portalegre, “trazendo armas e bagagens e os cavalos e os carros"
a casa da Boavista, hoje

E instalaram-se na Boavista. Construíram uma casa grande para guardar os transportes e onde viviam, no primeiro andar.

A Praça da República, perto da Boavista

Até 1920-1930, os cavalos, as mulas e os burrinhos - e os carros puxados por cavalos-  continuaram a ser o meio de deslocação.

Muito cedo, porém, o proprietário, Luiz Trindade Murta, investiu na compra dos primeiros veículos automóveis. E o progresso chegou. Eram uma série de pequenos autocarros que percorriam a cidade e os arredores.

os logotipos usados

Em 1927, “A Rabeca” publicita já os novos serviços: “Dentro do percurso, o passageiro pode apear-se em qualquer ponto que deseje sem alteração do preço estabelecido. Preço 9$50."


Curioso ler o livro, agora, e pensar que andei por esses lugares, na minha infância, e que andei nessas mesmas camionetas, quando ia estudar para Castelo Branco, onde fui acabar o meu 7º ano.

É sempre bom ler coisas que falam da nossa terra natal!


4 comentários:

  1. E como eram importantes os transportes públicos, num tempo sem carros.

    Quando vem fazer uma visita à cidade do seu 7ºano?
    Fico à espera...
    Um beijinho :)

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  2. Adorei essa viajem de presente.

    Muito bom,

    adorei, bjs nossos

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  3. Falas de Alter do Chão, que é a terra dos meus pais, e lembro-me que a minha mãe falava bastante duma grande amiga da infância e depois da universidade de Lisboa, que era Murta de apelido, e creio que Piedade de nome. Devia ser da família. A minha mãe teve uma história muito engraçada com uma amiga, talvez a conte no blog um dia destes.
    O que agente leva visto na história de transportes e de tudo, faz de nós uns personagens anti-diluvianos, que é como nos vêm os jovens. E pensar que temos a impressão que tudo passou ontem, que está à volta da esquina.....
    Beijinho

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  4. Tão bonito este registo.
    Beijinho e saudades. :))

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