terça-feira, 26 de agosto de 2014

Um português canta nas noites de Toronto! : Andy De Campos...


Toronto by night

Andy de Campos é um português que vive em Toronto. Nasceu em 28 de Fevereiro de 1977, em Santarém. Cresceu no Canadá, onde chegou com 8 anos e ali viveu até aos 15.  Regresso a Portugal, e estudos até ao 12º ano, depois, Inglaterra, Universidade de Plymouth onde tira o curso de Maritime Business and Transports With Law .

Plymouth, Barbican 

O seu interesse pela música começou muito cedo. Tony Bennett, Nat King Cole, Franka Sinatra eram os cantores preferidos. Em Plymouth, além de estudar, começou a cantar. 

Plymouth é uma cidade de mar, uma espécie de Riviera inglesa, e, nos cafés, os casais ingleses e turistas adoravam aquele seu "revival" de belas canções românticas. Alguns chamavam-lhe o white Nat King Cole. 


Andy de Campos



Achavam que o timbre da voz e o traçado da boca se assemelhavam a Cole.  


Plymouth, Barbican 

Toronto, Eaton Center

Mais um ano em Portugal, trabalhando agora em companhias de aviação, sem se adaptar. Cidadão canadiano, decide voltar ao Canadá, Toronto.  Vários trabalhos até poder dedicar-se exclusivamente à música. Foi uma luta difícil, não é simples ser um "imigrante" e afirmar-se nestes campos  - e ter sucesso. 

fotos do "site" de Andy Campos

Mas hoje ele é um “enterteiner” de voz muito agradável e canta em locais nocturnos, de música: bares, casinos. Faz parte da noite da Toronto downtown - e da música romântica. Já cantou várias vezes em Nova Iorque.

Toronto

Andy diz que foi "buscar canções de outros - mais pela canção em si do que por escolha de qualquer moda, época, ou compositor  em especial". 

Eram as canções em si que o atraíam e escolhia-as. variadas. Uma espécie de Melting Pot, como ele diz. E, com elas, tenta fazer reviver a atmosfera dos “gloriosos dias da Vegas Strip”. O seu grupo musical é constituído por Rick Maltese, Carol Tsang (sua mulher) e Marc Zubeck.
Toronto, downtown

Acompanhado por dois, três ou, por vezes, mais músicos, fazem digressões artísticas que os levam à América, muitas vezes aos famosos casinos de New York.

o quinteto tocou no Niagara Casino, de New York.

Neste vídeo pode-se ouvir bem a  voz de Andy de Campos, pois trata-se de um original gravado em estúdio. Brevemente sairá um CD com 12 originais. 
Toronto, vista nocturna

Esta canção "Toronto" é a primeira dessas gravações, por enquanto em "single".

Andy de Campos


Porque me lembrei de Andy de Campos? 

Liceu de São João

Bem, o primeiro motivo foi o conhecer bem a mãe dele - que foi minha colega, no Liceu de São João, há alguns anos atrás. Ensinávamos os cursos para os alunos das "unidades capitalizáveis", os alunos da noite. 

a Escola Secundária de São do Estoril, há dias...

Ela -que se chama Fátima- vivera muitos anos no Canadá e, na nossa Escola, "especializara-se" no ensino do português para adultos estrangeiros. Encontrámo-nos por acaso, há dias, no comboio para Cascais e contou-me a história do Andy - que eu já sabia viver no Canadá e ser cantor.  

Ela estava de passagem, pois voltou a viver no Canadá, noutra cidade perto. Trabalha outra vez agora a ensinar francês a crianças.

O segundo motivo foi porque gostei e pensei ser interessante saberem os meus leitores o que se passa com os nossos "emigrantes" por terras longínquas!

Aqui fica, pois. Podem dizer se gostam ou não, claro...
(Andy de Campos - Toronto anthem, Hino a Toronto)



domingo, 24 de agosto de 2014

Paris 1944: antes da meia noite, festejam-se os 70 anos da entrada dos "libertadores" de Paris!

Sim, há 70 anos exactos, Paris  foi  libertada pelas tropas do General Leclerc! E pelos franceses de Paris e do Maquis.
imagem de Paris (FB)

Depois do avanço das tropas aliadas no Norte da França, a resistência francesa começa o trabalho da libertação de Paris, ocupada pelos alemães desde 1940. 



O General Dietrich Von Choltitz era o governador de cidade. Tinha ordens de Hitler para colocar explosivos nos locais mais importantes de Paris e incendiar a cidade, aos primeiros alvores de insurreição.


combatentes do "maquis" (1944)

E as principais pontes são armadilhadas nesse sentido. No entanto, o general alemão desafia as ordens do Führer porque não queria ser lembrado como "o homem que tinha destruído a cidade mais bela do mundo".


Tudo começou no dia 19 de Agosto. Com a DB do General Leclerc, com os seus 16.000 homens, chega aos subúrbios de Paris a 24 de Agosto.  

Por outro lado, as tropas comandadas pelo Colonel Rol (nome de guerra de Henri Tanguy) figura famosa da resistência francesa. Henri Tanguy (inglês de nascimento, combatente, na Guerra de Espanha, nas Brigadas Internacionais) comanda as Forças Francesas do Interior (as FFI) da Île de France, desde Junho de 44. Entram em Paris no mesmo dia.
Henri Tanguy



Nessa manhã de 24, uma 6ª feira, o General Leclerc da 2ª Divisão Blindada entra pela Porte d' Orléans e estabelece o Quartel-General na estação de Montparnasse.
 "partisan", 1944

A partir daí, é ajudado pelos "partisans" das FFI e pelos parisienses "civis" - homens e mulheres- que desceram à rua, fazendo barricadas e lutando com as armas que tinham.


barricadas em Paris

Em 24 de Agosto Leclerc e a sua 2ª DB conseguiu atravessar o rio Sena e alcançar os subúrbios de Paris. Ali, os soldados foram saudados entusiasticamente pelos habitantes que deles se acercavam lançando flores, dando beijos e oferecendo vinho.

No fim da tarde daquele dia 24, Leclerc tomou conhecimento de que a 4ª Divisão de Infantaria norte-americana - dirigida pelo general Patton, decidira adiantar-se a ele na tomada de Paris. 


a resistência francesa, combatendo


Ordenou então às suas exaustas tropas que marchassem num redobrado esforço. Pouco antes da meia-noite de 24 de agosto. Leclerc chega ao Hôtel de Ville - no coração de Paris."

o General Leclerc 

Porque Paris deveria ser libertada pelos franceses! Quem não recorda o filme de René Clément "Paris brûle-t-il?" - de 1966. 



Henri Tanguy - Colonel Rol- Bruno Cremer, no filme

René Clément 

imagem de "Paris brûle-t-il?" (1966)

Nessa mesma tarde, a 4ª Divisão de Infantaria USA do General Barton chega à Porte d'Italie.



Leclerc e Tanguy conseguem negociar com Von Choltitz a rendição. Choltitz não executará as ordens que tinha de Hitler: queimar Paris!
O General Von Choltiz rende-se. Paris não ardeu!


Le Monde, desenho de Plantu, há uns anos


Ouvir "Le Chant des Partisans", que foi o "canto" da Resistência francesa: canta Yves Montand: 




quinta-feira, 21 de agosto de 2014

"Alma, que fica por fazer desd 'hoje...."

Um poema de Sá de Miranda

Sandro Boticelli, Anjo


Soneto n.2

"Alma, que fica por fazer desd’ hoje
Na vida mais? Se a vã minha esperança
Que sempre sigo, que me sempre foge,
Já quanto a vista alcança a não alcança?

Fortuna que fará? Roube, despoje,
Prometa doutra parte em abastança:
Que tem com que m’alegre, ou com que anoje?
Tanto tempo há que dei mão à balança.

Chorei dias e noites, chorei anos,
E fui ouvido ao longe, pelo escuro
Gritando, acrescentar muito em meus danos.

Agora que farei? Por amor juro
De tornar a cantar fora d’engano,
E por muito do mal, posto em seguro.”

Rosso Fiorentino, anjo musicante

 Sá de Miranda, in Textos Clássicos, antologia, editorial Verbo, pág. 110


(Aceitei a sugestão de leitor amigo - que agradeço- e escolho nova ilustração)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Boa música: os Cowboy Junkies - Trinity Session



Margo Timmins


Os Cowboy Junkies são uma banda “alternativa” canadiana de country/blues/folk rock.

Michael Timmins


Criou-se em 1985, na cidade de Toronto. Formado por Margo Timmins (vocalista), Michael Timmins (compositor das canções e guitarrista), Peter Timmins (bateria) e Alan Anton (baixo).


Vale a pena ouvir, são muito bons. Ouvi pela primeira vez Trinity Session há uns anos. Ensinou-mos o meu filho...

Cowboy Junkies 2007, Trinity Revisited




As time goes by: os Cowboy Junkies, hoje

a banda sonora do filme é dos Cowboy Junkies