segunda-feira, 28 de agosto de 2017

à espera do bolo, na cozinha!

Há uns dias, pensei fazer um bolo e fui para a cozinha organizar-me. Esperava umas amigas e quis provar a mim mesma que ainda faço tudo pelos amigos: mesmo bolos. Coisa que detesto fazer!
Os amigos vieram atrás de mim, claro. Nunca me largam.
- Para que servem estas coisas boas que aqui puseste na mesa? Nozes, açúcar 'mascavado', canela em pauzinhos?

Era o Ratinho.
- Mascavado? O que é isso?, perguntou o Ouricinho.
Um pouco hesitante, o Ratinho explicou:
- É o açúcar que não foi refinado. É mais puro, faz menos mal acho. Já li sobre isso.
Eu continuei a explicação:
- É um açúcar que vem quase directamente do melaço. É a cristalização do mel do engenho e tem esta cor meio dourada, meio castanha. Também lhe chamam açúcar “mascavo”.

- Pois. E é para um bolo? Que bolo vais fazer?
- É um bolo de mistura, Ratinho. Bolo da minha avó. Ela chamava-lhe ‘bolo podre’. A Florinda também o fazia.
- O quê? Bolo podre? Então não presta…
O Ouricinho estava preocupado.
- É só o nome, Ouricinho. De resto, só leva coisas boas. Leva mel, laranja, canela…
O Ratinho disse, a rir:
- …açúcar mascavado…

A verdade é que não era nada o bolo da minha avó, era um bolo inventado, duas receitas misturadas.
- Ah…disse um.
- Ah…disse logo o outro.
Entreolharam-se e começaram a falar baixinho entre eles. Ia ouvindo umas coisas.
- Está a inventar, parece-me. Ela não sabe fazer bolos!
O Ratinho é um céptico. E foi continuando na crítica.
- Já viste a batedeira dos bolos? Não presta para nada.
O Ouricinho deu um longo suspiro.

- Pois foi, ofereceu a tua Kenwood grande à Svitlana! A Gui até ficou furiosa porque era com ela que fazia os croquettes de carne, batia o puré da batata, fazia o pastelão e tantas comidas boas!
- Sim. E a “mousse”! E o bolo de chocolate de que o Diogo gostava tanto. A Gui sim que sabia fazer bolos tão bons. Que pena!
Havia saudade na voz do Ratinho. E aquele “que pena” seria a pensar em mim ou na recordação desses bolos maravilhosos da Gui de que tinha saudades, mas nunca comera! Que mentiroso!
Fingi que não os ouvia e pus mão à obra. Ia falando comigo, furiosa: “Claro que a batedeira é uma porcaria. Faço um esforço enorme e as pás tremem de tal maneira no fundo da tigela que estou sempre a ver se não se vira ou se não cai tudo para o chão. Oh, sim, tenho saudades da velha Kenwood que tanto me ajudou em Itália. Paciência”.
De repente, pensei:
 “Mas os bolos são bolos e no fim sabem sempre ao mesmo!” Fiquei aliviada, de facto não há nada como um pensamento positivo.

Mas a verdade é que nem esse pensamento ajudou. Por pouco não caiu a tigela das claras batidas no chão e, a agarrá-la, já tinha a mão dentro da tigela do bolo e, à minha volta, tudo estava salpicado de bolo desde a torradeira à máquina de café.

E eles olhavam-me, empoleirados no lava-loiças para verem melhor. Pareciam receosos, talvez se lembrassem da história do João Ratão caído no caldeirão. 

Eu, nervosa, já mexia o bolo com uma colher de pau. Ainda fiz mais confusão. Eram as claras em castelo a desfazer, o sumo de laranja, o mel, a raspa da laranja, as nozes partidas. Ia deitando tudo ao mesmo tempo e caiam para dentro da taça. Queria lá saber. 

Olhei-os de lado. Eles estavam sossegadinhos só a olhar e até pareciam contentes.
- Parece bom, sussurrou o Ouricinho.
- Mas ainda falta ir ao forno. A prova do fogo! Hihihi!
O Ratinho ria com vontade. Não lhes disse palavra. Não sabia se devia sentir-me ofendida. Tanta desconfiança em mim. Pus o bolo no forno, verifiquei a temperatura e eles a espretarem, desconfiados.
“Ah, bichinhos de pouca fé!”

Quando fui ver o bolo, lá vieram as duas cabecinhas espreitar. Já havia sorrisos.
- Mais um bocadinho...
- Cheira bem, não achas Ratinho?
- Hum, parece que sim.
Mais uns minutos de espera. Furei o bolo com o palito e como vinha seco, irei a forma e embrulhei tudo num pano molhado, não fosse queimar-me, ou, pior ainda, deixar cair o bolo no chão ao virá-lo. Pu-lo no prato de vidro.
E ouço:

- Ó Jana, está lindo!
O Ouricinho estava sempre pronto a admirar os outros. Sem reservas. Sorri-lhe.
- Gostas?
O Ratinho então disse, com filosofia:
- Confesso que parece feito numa pastelaria. Parabéns querida Jana! Nós sabíamos que ias conseguir!
Grande malandro!, pensei. A fingir que não tinha pensado que eu não era capaz de fazer bolos como a Gui!”
- Posso provar?, perguntou o Ouricinho, que é muito guloso.
Para os castigar de tanta desconfiança para com a cozinheira, só disse:
- O bolo só se parte quando chegarem as convidadas.

-Oh, disse o Ourinho, tu sabes que elas vêm sempre atrasadas. Quando é que vamos comer o bolo?
Era verdade, as minhas amigas e queridas alunas têm o hábito de vir sempre sem olhar para o relógio. A últma mensagem da Marty era: “atrasadas como sempre mas já no caminho”. E eu respondera com outro sms: “o principal é chegarem!”
- Sabes que vêm levi-levi. Meninas de São Tomé, disse o Ratinho, encolhendo os ombros. Mas são tão giras! E gostam muito de ler.
De facto, elas iam sempre espreitar os livros.

Eles tinham compreendido. Foram sentar-se no sofá à espera da Valéria, da Marty e da Kuty. As minhas alunas de há dez anos, no curso da noite. Inteligentes, cultas, cursos feitos a trabalhar e hoje formadas. Tenho orgulho nelas. Foi isso que expliquei ao Ratinho e ao Ouricinho, os três sentados no sofá.

À espera do bolo.

domingo, 27 de agosto de 2017

O que fazem os livros...



Não me canso de ler nem de falar de livros. Porque os livros abrem os espíritos e trazem-nos dúvidas. E apontam-nos utopias. E, quando julgamos saber tudo, percebemos que afinal não percebemos o que julgávamos saber.
Quando se fecha um livro, encontramos respostas mas surgem sempre outras perguntas a fazer. Outras atitudes a querer tomar.
Hoje a minha amiga Luísa falava disso: um livro acabado, difícil de ler e que a deixou ainda mais perplexa sobre o sentido de muitas coisas. “Livro que fala daquilo que faz o ser humano (…) Um livro que questiona e convida a pensar. Agora ali arrumado na estante parece continuar a provocar as minhas certezas”.

Claro que tem de provocar as nossas certezas. Tem de acentuar as dúvidas. Porque só os idiotas ou os que desistiram de viver é que têm certezas definitivas.
“O problema do mundo de hoje, dizia Bertrand Russel (*) é que as pessoas inteligentes estão cheia de dúvidas e os idiotas cheios de certezas”.

O 'hoje' dele é o 'ontem' que temos, o nosso passado, o de há anos e anos  pois o filósofo, Prémio Nobel de Literatura em 1950, nasceu em 1872 e morreu em 1970, aos 98 anos com uma gripe. Quase 100 anos de vida com esta crença...
E, sempre, os idiotas continuam a ter a certeza de tudo e os inteligentes e abertos às novidades julgam só ter dúvidas

A vida é uma aprendizagem eterna. Com bons e maus lados. Mas os livros estão do lado bom e ajudam-nos a abrir as portas fechadas! As portas de tudo, que podem ser de percepções outras, que podem ser de coisas banais em que nunca tínhamos pensado daquela maneira.

E voltarei para falar dos livros esquecidos! Dos que ensinam sempre.

* * *
(*) Desde muito novo que Bertrand Russell se interessou pelos problemas sociais e pela emancipação feminina. 
Durante a Iª Guerra, foi preso por actividades pacifistas. Passou cinco meses na prisão durante os quais escreveu "Introdução à Física Matemática" - publicada em 1919. Depois da IIª Guerra mundial tornou-se um dos principais opositores às armas nucleares.
(*)Lembro outro pacifista, Romain Rolland que teve uma atitude semelhante.
Em 24 de Dezembro de 2014, Jean Daniel escreve no semanário francês, Nouvel Observateur, na sua mensagem, apelando para um Ano Novo de Paz: 
Houve um escritor muito importante, Romain Rolland, Prémio Nobel de Literatura que teve a independência de espírito para ir à Suíça, país que fez da paz a sua identidade, para condenar  guerra e chamar os homens à razão.” 

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

O compositor Ryuichi Sakamoto e a beleza do seu último álbum, "azinc"...

Nascido em 17 de Janeiro de 1952, em Nakano, é um compositor, actor, produtor e músico. Vive entre Nova Iorque e Tóquio. Estudou na Universidade Nacional de Tóquio, onde se licenciou em “Composição”, pondo grande ênfase na música electrónica e étnica. 

O seu primeiro disco foi gravado em 1978, muito jovem. Inclui canções famosas hoje, como “Thousand Knives" e "The End of Asia”.
Yellow Magic Orchestra, Londres 2000

Nesse ano, começa a fazer parte da orquestra Yellow Magic Orchestra, com Haruomi “Harry” Hosonoe e Yukihiro Takahashi.

Como actor, entrou no filme Merry Christmas Mr. Lawrence - de que compôs igualmente a banda sonora- do realizador japonês Nagisha Oshima, em 1983, com David Bowie.



Compõe outras bandas musicais de filmes, como “O Último Imperador" (1987), de Bernardo Bertolucci e “O Pequeno Buda” (1993) também de Bertolucci. Um ano antes, escrevera a música de “Tacones Lejanos” (1992), de Pedro Almodóvar.

...

Ryuichi Sakamoto, 2017

Em 2017, depois de oito anos de luta com um cancro da garganta, o compositor japonês publicou em Abril do ano passado um novo álbum, intitulado “azinc”, com músicas de grande suavidade e beleza. O seu primeiro álbum em “solo”.

Diz um crítico musical, “Ambiente de repouso de convalescença vem-nos à ideia ao ouvir “azinc”, o 16º álbum de de Ryuichi Sakamoto. Em Junho de 2014, foi diagnosticado ao legendário compositor japonês um cancro na laringe. 

Seguiu-se um tratamento de radioterapia rigoroso para o combater. Três anos mais tarde, Sakamoto regressa com este álbum em que sentimos, em cada som,  a ideia da mortalidade do ser.

Como não pensar na mortalidade do ser associada à filosofia budista da impermanência? O melhor, no entanto, é tentar ouvir as músicas deste novo CD.

É uma pequena maravilha que traz dentro a espiritualidade e a efemeridade de cada coisa vivida.

OUVIR:
"fullmoon":
ubi”

andata

domingo, 20 de agosto de 2017

OS LIVROS ESQUECIDOS E REPUBLICADOS

Hoje quero falar dos livros esquecidos. Dos livros de autores esquecidos. Injustamente esquecidos.

Neste frenesim de viver, de viver depressa – para quê? para onde? – e de ler depressa, esqueciam-se  as editoras de reeditar os livros que há muito se não encontram se não em alfarrabistas – e mesmo, nesses, com dificuldade. 
Não é por esquecimento, eu sei, mas porque se quer vender o fácil e se julga que os leitores podem apenas gostar do que é fácil do que é compra-e-deita-fora – o que não faz justiça aos leitores que gostariam de ler bons livros se os encontrassem ou se lhos aconselhassem.  
Publicam-se muitos livros medíocres de autores que saem de todos os buracos, que têm rápido sucesso e boa publicidade mas cuja qualidade é fraca e a ‘duração’, efémera. Depressa passam de moda – se é que há uma ‘moda’ para livros - livros que são, de facto, fáceis de ler. Literatura “light”, dizem eles, se bem que eu não entenda o que é literatura light, leve, ligeira - e só pergunto: será Literatura, com 'L' grande?
Existe, por parte de certas editoras, a aposta nos livros “ousados”, de carácter “sensual” - como hoje se diz para atenuar e não se lhes chamar outra coisa.
Uma literatura (?) que se tornou hoje comezinha de tão usada. Não me considero retrógrada, nem puritana e leio sem me chocar grandes escritores como o foram Henry Miller mas creio que há um momento em que certas coisas são justificadas - ou essenciais- para o autor e momentos em que são apenas “aproveitadas” para chocar ou “agradar”. Isto é: para ajudar às vendas do “produto”. Aposta-se no "lucro" fácil a tirar do produto que se vende bem. E enganam-se porque os livros de qualidade vendem-se igualmente bem!

Penso que nem os livros são "produtos" nem as editoras estão indiciadas para fazerem vender "o produto que mais se vende”. A função dos livros deve ser, sim, escolher o que forma o carácter, educa para o gosto, ensina a vida a quem lê, e ajuda a crescer pequenos e crescidos
E fico feliz quando vejo que há quem pense assim. Sobretudo quando reparo que há editoras que se preocupam em reeditar os romances clássicos e a boa literatura!
E falo da Relógio d’ Água, da Cavalo de ferroCoisas de ler, da Tinta da China e da Presença, pequenas editoras que têm ido buscar a maravilhosa literatura. 
E também das editoras maiores, como a Diffel, a Ketzal ou a Dom Quixote ou a Assírio e Alvim. 
Fui uma leitora inveterada e precoce: ler foi para mim, desde muito cedo, uma necessidade vital. Lia como quem respirava, uns livros atrás dos outros. 
Li de tudo, entusiasmei-me com os livros da Biblioteca das Raparigas e, como era uma Maria-rapaz uma espécie de "garçon manqué", mais ainda, com os da Biblioteca dos Rapazes. O Último Moicano foi um dos meus preferidos de que me resta apenas um dos volumes..

Sonhei com Louisa Alcott e as Mulherzinhas, sofri com o Charles Dickens de David Copperfield, e de Tempos Difíceis, ou com Loja de Antiguidades. 
Debrucei-me, encantada, no mundo de Walter Scott, Wilkie Collins e “A Mulher de Branco” ou “O Diamante da Lua”, no Hawthorne de "A Letra Escarlate" - livros publicados pela saudosa colecção Romano Torres, que comprava na Papelaria do Senhor Tiago, na rua Direita, em Portalegre.
E a literatura das mulheres fantásticas que foram Katherine Mansfield, as três irmãs  Brontë, ao mundo inesquecível de Jane Austen de "Sangue Azul" (Orgulho e Preconceito), de "Ema" - que acabei por ler numa edição que me emprestou José Régio e que nunca lhe devolvi. 

Porque Charlotte e Emily Brontë, Jane Austen e George Elliot releio-as ainda hoje com o mesmo prazer desses anos atrás.


Havia ainda os escritores americanos! Foi muito importante a descoberta de Hemingway, de Steinbeck, de Faulkner! 

Ou Coração Solitário Caçador, de Carson McCullers! Ou de Truman Capote da Harpa de Ervas.

A minha sorte foi o meu avô ser o director do semanário “A Rabeca” pois recebia em oferta -e duplicados- os livros de colecções de grandes editoras: Livros do Brasil, Colecção Dois Mundos, a Vampiro dois policiais, a Inquérito
Uma dessas colecções ia directamente para casa dos meus pais e iam-se acumulando na estante do corredor - juntamente com os outros livros que o meu pai comprava. Muitos iam, por falta de espaço, para o Laboratório do meu pai, na Rua dos Mexes, onde enchiam várias estantes de madeira simples.
Os livros “para grandes” eram os de Dostoievski ou de Tolstoi, o maravilhoso e mágico romance “Guerra e Paz”. Ou  “Vermelho e Negro” e “A Cartuxa de Parma”, de Stendhal, que me deliciaram e, ao mesmo tempo, me faziam sentir participar dum mundo importante. 
 a casa de Tolstoi

Se eu adivinhasse que um dia iria ver o sítio onde Tolstoi viveu! Conhecer a propriedade de Iasnaya Polyana, perto de Moscovo, a casa, o lago dos nenúfares,  o túmulo de Tolstoi foi uma das coisas maravilhosas da vida!
Dostoievski conheci-o na colecção da Inquérito (escolhidos pelo bom gosto de João Gaspar Simões) e nunca mais esqueci a novela “Está Morta”, que tanto me fez sofrer e que, muito mais tarde, li na tradução francesa  (“La Douce”) é que uma novela tão dolorosa! 
Também descobri  Crime e Castigo e Os Irmãos Karamazov...Devo acrescentar Thomas Mann e "Os Brudenbrook" e "A Montanha Mágica.
Todos os 'grandes leitores' leram estes livros com a mesma paixão com que os li.
Há livros que despertam em nós, mais do que outros, uma emoção profunda, se bem que, dum modo geral, todos os livros nos “abrem” um caminho, sugerem-nos modos de vida, ensinam o que não conhecíamos até de nós próprios. São uma riqueza insubstituível.

Havia uma excelente escolha de autores nesses tempos - apesar da ditadura 'salazarista', porque as editoras - na luta surda que travavam contra a “situação” do Estado Novo e o obscurantismo e a mediocridade e o isolamento a que nos forçava – tiveram a preocupação de escolherem autores de qualidade! 

Escolheram trazer o sopro da grande literatura que é de todos os tempos e é eterna!  E o mundo de ontem é extremamente rico de experiências e de ensinamentos.
É tempo de férias, é tempo de muitos terem finalmente um pouco de tempo para si, é tempo de ler! Porque sem ler o mundo não avança. Mas é tempo de ler “bem”, de ler “bom” e, para isso, tem de haver quem publique esse bom!
A minha homenagem e agradecimento vai, pois, para as editoras que têm a coragem de publicar contra a corrente da facilidade e que têm feito verdadeiros milagres. Permitindo que o sonho continue!
Umas e outras foram procurar os clássicos já esgotados: Stendhal, Tolstoi, Dostoievski ou Tchekhov - todos publicados na Relógio d'Água, por exemplo.
Mas também publicaram Harper Lee, 
"Por favor não matem a cotovia" (Difel, 2010) e, depois, o seu novo livro, "Vai e põe uma sentinela" (Presença, 2015).

Que republicaram J. D. Salinger, redescobriram Steinbeck, escolheram Virginia Woolf, publicaram os contos de Katherine Mansfield ou os romances de Thomas Hardy! 

Nada está ainda completamente "perdido no reino da Dinamarca” quando se voltam a publicar os grandes clássicos da Literatura mundial!
Tolstoi, por Elya Repin
 Dostoievski, retratado por Perov
Tchekhov, por Isaac Levitan 
Thomas Mann 
Thomas Hardy